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Extremistas usam Telegram para incentivar incidentes contra torres de energia

Grupo extremista disse que é responsável por ataques em canal monitorado pelo Núcleo, mas autoria ainda não foi confirmada

Extremistas usam Telegram para incentivar incidentes contra torres de energia

Um canal extremista no Telegram, monitorado pelo Núcleo, discutiu promover mais incidentes como aqueles realizados a contra torres de energia em Rondônia e no Paraná, na madrugada desta terça-feira (10.jan).

Não é possível avaliar a credibilidade dessas ameaças, especialmente por serem feitas por perfis anônimos, mas após os ataques contra a democracia em 8.jan.2023, que resultaram na depredação do Congresso, do STF e do Palácio do Planalto, é importante trazer à tona informações desse tipo de monitoramento.

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Em julho de 2016, autoridades brasileiras prenderam dez pessoas suspeitas de planejarem atentados durante as Olimpíadas utilizando o Telegram, primeira prisão sob a nova lei antiterrorismo brasileira.

Para não promover esses grupos e indivíduos, o Núcleo optou por borrar os prints de tela tirados do canal, de orientação neonazista. Também compartilhamos o canal e as mensagens (já apagadas) com pesquisadores em extrema-direita que possuem contato com a Polícia Federal, para que o caso possa ser investigado.

O Ministério de Minas e Energia (MME) montou um gabinete de crise para investigar os incidentes às torres e refinarias ao redor do Brasil. As ocorrências ainda estão sendo avaliadas e não podem ser chamadas de atentados, reportou o jornal Folha de S. Paulo.

MONITORAMENTO. Às 15h48 de 10.jan.23, o canal encaminhou uma mensagem em inglês de um outro canal neonazista com mais de 10 mil inscritos noticiando o ataque.

Nos comentários da mensagem original, usuários alertam para não compartilharem planos de ataque pelo Telegram, e aconselham o uso do navegador Tor, um software livre que garante comunicação anônima e privada.

Monitoramento do Núcleo

Após compartilhar a notícia, o canal assume a responsabilidade pelo ataque (provavelmente mentira).

Poucos minutos depois, a mensagem foi deletada e membros pediram para que o canal fosse tornado privado. O Núcleo capturou a mensagem.

Monitoramento do Núcleo

DENÚNCIAS PRÉVIAS. Em novembro, o Núcleo noticiou que este mesmo canal neonazista estaria compartilhando receitas de bombas caseiras. A reportagem também denunciou que canais de extremistas brasileiros estariam compartilhando mensagens semelhantes e em defesa de supremacistas brancos.

Reportagem Sofia Schurig
Edição Sérgio Spagnuolo
Sofia Schurig

Sofia Schurig

Repórter com experiência na cobertura de direitos humanos, segurança de menores e extremismo online. Estudante da UFBA, começou como estagiária no Núcleo, passando a ser repórter em 2024.

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