O Twitter demitiu boa parte de sua equipe de moderação desde que o bilionário Elon Musk assumiu a rede social. Um sinal de deterioração que isso traz para a plataforma é que, agora, com uma simples busca, a rede social pode retornar a qualquer usuário centenas de vídeos explicitamente pornográficos, sem nenhum alerta ou tarja.
CONTEXTO. O app de mensagens Telegram foi multado em R$1,2 milhão pelo STF por não cumprir integralmente decisão judicial de bloquear canais associados com a extrema-direita golpista.
Naturalmente, isso torna Telegram um termo amplamente buscado na rede social para quem quer se informar mais sobre o tema, com centenas de milhares de tweets publicados nas últimas horas.
No entanto, ao fazer uma simples busca, o usuário pode se deparar com uma infindável quantidade de sexo explícito. Optamos por não linkar essa busca para poupar o leitor. Muitos tweets não tem engajamento (curtidas ou retweets), mas contam com milhares de views, o que mostra que o conteúdo está sendo entregado na timeline das pessoas.
Um exemplo de falhas na moderação foi de que o Twitter deixou de moderar 99% dos tweets racistas direcionados a jogadores da Copa do Mundo no fim de 2022, segundo relatório do Centro de Combate ao Ódio Digital (CCDH). Os pesquisadores até identificaram tweets racistas logo abaixo de publicações das contas oficiais de times e seleções, que não foram removidos.
OCORRÊNCIA VARIÁVEL. A ocorrência desses conteúdos pode variar de acordo com os parâmetros da busca e com o algoritmo de recomendação.
Por exemplo, se você procurar por um termo diretamente na caixa de busca pode dar um resultado diferente do que clicar num trending topic.
O resultado obtido ao clicar num trending topic (parâmetro de URL &src=trend_click&f=video&vertical=trend) parece retornar mais conteúdo pornográfico do que a busca direta na barra (parâmetro search?q=telegram&src=typed_query&f=video).
Isso é até pior porque quando um item está no trending topic ele naturalmente tem mais atenção.
