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Telegram quer mais 30 dias para responder sobre 8.jan

Empresa não deu resposta substantiva para requerimentos da CPMI, mas pediu telefones de suspeitos para buscar dados privados dos usuários

Telegram quer mais 30 dias para responder sobre 8.jan

O Telegram pediu mais um mês de prazo para tentar responder dúvidas de membros da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os ataques à Brasília durante o dia 8.jan.2023.

Os requerimentos nº472 e nº606, de autoria dos deputados Duarte (PSB-MA) e Rafael Brito (MDB-AL), pedem ao Telegram a relação de todas as contas excluídas entre out.22 e mai.23 em decorrência do apoio, disseminação, incentivo, incitação aos atos golpistas ou qualquer outra violação do termo de uso do app relacionada ao episódio, com os respectivos dados de cadastro e motivo para exclusão.

Também solicitaram a identificação dos perfis envolvidos no 8.jan e uma relação dos grupos vinculados aos acampamentos dos golpistas e à mobilização específica para a tentativa de golpe.

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MAIS TEMPO, POR FAVOR. Segundo a empresa, ambos os pedidos batem de frente com processos judiciais sob sigilo no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que já estão investigando tais grupos.

Por isso, o Telegram pediu mais 30 dias para "verificar os autos de cada processo e determinar quais informações, se houver, podem ser apresentadas a essa Ilustre Comissão sem violar o sigilo imposto pelo TSE".

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MUITO AMPLAS. A empresa também reclamou de perguntas extremamente amplas por parte dos deputados.

Um dos requerimentos pedia um relatório completo de todas as denúncias recebidas pelo aplicativo entre out.22 e mai.23. Segundo o Telegram, uma resposta dessa dimensão incluiria milhares de denúncias não relacionadas aos fatos investigados pela CPMI.

A empresa também deixou claro que, devido à estrutura técnica da plataforma, seria impossível fornecer e-mails de usuários, listas de grupos e fotos de usuários. Eles seriam capazes apenas de dar nomes de exibição, nomes de usuário, números de telefone e registros de IP.

Entretanto, o Telegram disse que se a comissão providenciar números de telefones específicos de suspeitos relacionados ao 8.jan, a empresa poderá pesquisar as informações pessoais em seus sistemas.

Segundo a empresa, eles precisam de um número de telefone para recuperar dados privados de qualquer usuário. Ironicamente, em dez.22 a empresa começou a permitir o registro sem chip no aplicativo.

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Reportagem Leonardo Coelho
Edição Jade Drummond

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