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Apuração da Câmara sobre situação tributária do Google esbarra em sigilo fiscal

TCU fez relatório da empresa por requisição de deputados, que queriam entender possível evasão de tributos

Apuração da Câmara sobre situação tributária do Google esbarra em sigilo fiscal

A solicitação da Câmara dos Deputados para que o Tribunal de Contas da União apurasse o impacto de benefícios fiscais no recolhimento de tributos federais por parte do Google esbarrou em proteções de sigilo fiscal.

JUSTIFICATIVA. O pedido de auditoria nasceu em mai.22 a partir de ofício elaborado pelo ex-deputado Delegado Pablo (UNIÃO-AM) na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC).

Em sua justificativa, o autor citou sonegação de empresas e que a tributação de renda das Big Techs estão no centro do debate devido ao seu poder de "migrar o lucro para paraísos fiscais".

DADOS SOLICITADOS. O pedido da Comissão da casa abrangeu dados protegidos por sigilo fiscal e que são de competência da Receita Federal.

A Câmara pediu dados dos últimos cinco anos que dimensionassem o faturamento tributável da Google no Brasil e a identificação detalhada de benefícios, subsídios e incentivos que implicassem em redução no recolhimento de tributos pela empresa.

O requerimento também questionou quais as verificações dos instrumentos de prevenção e combate à sonegação tributária aplicados a empresas de tecnologia.

DADOS EM SIGILO. Em resposta ao ofício, o Tribunal de Contas explicou no último dia 12.jul que o faturamento tributável da empresa é protegida por sigilo e só poderia ser dado pela Receita Federal mediante requerimento específico.

"A RFB [Receita Federal] apontou que se trata de informação protegida pelo sigilo fiscal, nos termos do art. 198 da Lei 5.172/1966, Código Tributário Nacional (CTN), que não estaria abrangida pelas hipóteses de compartilhamento de informações protegidas por sigilo", relatou o TCU.

OUTRAS RESPOSTAS. O relatório apontou ainda que o Google aderiu a dois programas de incentivo fiscal e que nenhum deles é especialmente destinado às empresas de tecnologia.

A Receita, por sua vez, informou haver registros de autos de infração contra a empresa relacionados aos tributos PIS/COFINS, Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE).

Procurada pelo Núcleo, o Google disse que não iria comentar os autos de infração junto à Receita.

Leia o Acórdão 1420/2023

Texto Leonardo Coelho
Edição Sérgio Spagnuolo

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