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Meta não cumpre recomendação do Comitê de Supervisão para suspender ex-primeiro-ministro cambojano

Hun Sen inicialmente deixou o Facebook por vontade própria após a decisão do Conselho de Supervisão, mas posteriormente retornou.

Meta não cumpre recomendação do Comitê de Supervisão para suspender ex-primeiro-ministro cambojano

A Meta contrariou uma recomendação do Comitê de Supervisão, uma entidade independente encarregada de revisar casos de moderação de conteúdo, ao não suspender as contas do ex-primeiro-ministro do Camboja, Hun Sen, no Instagram e no Facebook.

Em jan.23, Hun Sen ameaçou opositores do governo em uma transmissão ao vivo na rede social, declarando que mobilizaria apoiadores para protestos e usaria “gangues” contra eles. A Meta manteve o vídeo online, alegando sua relevância como notícia, apesar de violar suas políticas contra discurso de ódio e incitação.

CONTEXTO. Anteriormente, a Meta permitia maior liberdade para políticos em suas plataformas. Após a insurreição no Capitólio dos EUA em 6.jan21, a empresa suspendeu o ex-presidente Donald Trump e adotou uma política contra incitação à violência por parte de figuras públicas, com possíveis suspensões de seis meses a dois anos por infrações.

Em 25.jan.23, a empresa restabeleceu os perfis de Trump.

RECOMENDAÇÃO. Em junho, o Comitê de Supervisão considerou que a Meta errou em sua decisão, recomendando a remoção do vídeo e uma suspensão de seis meses das contas de Facebook e Instagram de Hun Sen.

A Meta retirou o vídeo, mas tinha até 28.agosto para suspender as contas. A empresa optou por ignorar a recomendação (veja o comunicado).

Hun Sen inicialmente deixou o Facebook após a decisão do Conselho de Supervisão, mas posteriormente retornou, com sua conta sendo gerenciada por um assessor, antes das eleições nacionais do Camboja.

POR QUE IMPORTA? A decisão da Meta terá impacto na forma como líderes mundiais são responsabilizados em sua plataforma e testará a credibilidade do Conselho de Supervisão.

O caso levanta questões sobre como lidar com situações semelhantes em outros países, como Índia, Indonésia e México, todos com eleições previstas para 2024.

Via Wired (em inglês)

Texto Sofia Schurig
Edição Alexandre Orrico
Sofia Schurig

Sofia Schurig

Repórter com experiência na cobertura de direitos humanos, segurança de menores e extremismo online. Estudante da UFBA, começou como estagiária no Núcleo, passando a ser repórter em 2024.

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