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Entenda a briga de Elon Musk com a ADL, uma entidade judaica

Durante o final de semana, Musk interagiu com perfis antissemitas pedindo o banimento da ONG, e a CEO Linda Yaccarino editou uma postagem condenando o antissemitismo após reunião com o diretor da ADL, que Musk agora ameaça processar.

Entenda a briga de Elon Musk com a ADL, uma entidade judaica

Elon Musk, que está processando uma organização de combate ao ódio digital, ameaça processar a Anti-Defamation League (ADL), uma ONG com mais de quarenta anos de atuação contra o antissemitismo, por supostamente prejudicar o Twitter/X.

O bilionário alega que isso levou a uma queda de 60% no valor da plataforma que ele adquiriu por US$44 bilhões em 2022, acusando a ADL de pressionar anunciantes devido a posts antissemitas e tentar prejudicar a rede.

O QUE DISSE A ADL? A ADL criticou Musk por suas políticas de moderação de conteúdo permissivas, alegando que sua decisão de introduzir um sistema de verificação pago e permitir contas anteriormente banidas da extrema-direita teria efeitos prejudiciais no site, incluindo um aumento de conteúdo antissemita.

Em 2023, a ADL publicou relatórios negativos sobre a moderação de conteúdo no Twitter, destacando a disseminação de teorias conspiratórias do QAnon e outras vertentes do extremismo de direita.

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O QUE DISSE MUSK? Musk atribuiu à ADL uma queda de 60%, equivalente a US$22 bilhões, no valor de compra do Twitter em postagens recentes. Ele alegou que a organização estava coordenando esforços para afastar anunciantes do Twitter após sua aquisição da plataforma em novembro.

“Desde a aquisição, a ADL vem tentando matar essa plataforma, acusando-a falsamente de ser antissemita”, disse Musk. “Para limpar o nome de nossa plataforma sobre a questão do antissemitismo, parece que não temos escolha a não ser entrar com um processo de difamação contra a Liga Antidifamação (…) Oh, a ironia!”

Durante o final de semana, Musk engajou com um perfil que afirmava que os judeus “apoiam a censura”. O mesmo perfil elogiou um supremacista branco.

TWITTER&ADL. Na semana passada, a CEO do Twitter, Linda Yaccarino, e o diretor da ADL, Jonathan Greenblatt, se reuniram por meia hora.

No podcast Hard Fork, do New York Times, Greenblatt disse que a reunião era inicial e teria como propósito iniciar um contato entre a ADL e a empresa.

E AGORA? Em 10.set, a ADL disse que continuará o trabalho de monitoramento de discurso de ódio no Twitter. Dois dias antes, a empresa fez um post no blog oficial dizendo estar comprometida em combater o antissemitismo.

Além de interagir com curtidas e comentários em postagens que acusavam a ADL de perseguir o Twitter, Musk não fez mais comentários sobre o suposto processo.

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Texto Sofia Schurig
Edição Alexandre Orrico
Sofia Schurig

Sofia Schurig

Repórter com experiência na cobertura de direitos humanos, segurança de menores e extremismo online. Estudante da UFBA, começou como estagiária no Núcleo, passando a ser repórter em 2024.

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