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Reino Unido aprova última versão de lei para proteger menores nas redes

A não conformidade das empresas com a Lei de Segurança Online pode acarretar multas de até £18 milhões ou 10% do faturamento global anual, prevalecendo o valor mais alto.

Reino Unido aprova última versão de lei para proteger menores nas redes

O Reino Unido aprovou a Lei de Segurança Online, uma iniciativa destinada a proteger a privacidade e segurança de menores de idade. O projeto adota uma postura de “tolerância zero”, exigindo que as plataformas de mídia social assumam a responsabilidade pelo conteúdo que hospedam.

A implementação da regulamentação ocorrerá de forma gradual, após uma consulta pública.

Vale lembrar que, desde 2020, o Reino Unido não faz parte da União Europeia, então legislações como o Digital Services Act (DSA) não se aplicam ao país.

ENTENDA. Os principais pilares da lei são:

Além disso, o projeto dá aos adultos responsáveis por menores que utilizam plataformas digitais o poder de exigir a remoção de conteúdo ilegal e aplicar os termos e condições das empresas. Eles também podem personalizar a filtragem de conteúdo prejudicial no feed, como casos de bullying ou transtornos alimentares.

CONTROVÉRSIA. O projeto confere autorização à Ofcom, o Ministério das Comunicações do Reino Unido, para exigir que as empresas ajam contra o abuso infantil em suas plataformas e, como último recurso, desenvolvam tecnologia para verificar mensagens criptografadas.

Empresas de tecnologia opuseram-se à lei por supostamente proibir a criptografia de ponta a ponta. Um representante do governo afirmou que a Ofcom não poderia impor a verificação dos serviços sem a existência de “tecnologia apropriada”.

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PUNIÇÕES. A não conformidade das empresas com essas regras pode resultar em multas de até £18 milhões ou 10% do faturamento global anual, prevalecendo o valor mais alto.

O projeto de lei também inclui medidas de combate à fraude online e à violência contra mulheres e meninas, com penalidades para o compartilhamento não consensual de imagens íntimas e deepfakes. Os culpados deste crime têm uma pena máxima de 6 meses de prisão.

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Via Governo do Reino Unido (em inglês)

Reportagem/Texto Sofia Schurig
Edição Alexandre Orrico
Sofia Schurig

Sofia Schurig

Repórter com experiência na cobertura de direitos humanos, segurança de menores e extremismo online. Estudante da UFBA, começou como estagiária no Núcleo, passando a ser repórter em 2024.

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