Pular para o conteúdo

Chineses regulam IA sem matar inovação, avalia Itamaraty

Pioneira na regulamentação do setor, China adota regras menos restritivas para impulsionar a inovação e superar EUA em disputa tecnológica

Chineses regulam IA sem matar inovação, avalia Itamaraty

A regulamentação chinesa da inteligência artificial tem tentado aumentar o controle sobre algoritmos sem inviabilizar a inovação no setor, avaliam diplomatas brasileiros em telegramas do Itamaraty obtidos pelo Núcleo via Lei de Acesso à Informação (LAI).

Os telegramas relatam acompanhamento diplomático de praxe.

PIONEIROS. Desde 2021, novas normas têm conciliado a moderação de conteúdo exigida pelo governo chinês com uma maior abertura para o crescimento em IAs. Esse regramento tem sido desenvolvido em meio à intensa disputa pela liderança global no setor entre Pequim e Washington.

"O ímpeto regulatório, fundamentado no imperativo do controle do conteúdo, que já foi manifestado anteriormente em versões mais extremadas, parece estar sendo conjugado com questões econômicas e de incentivo à inovação", analisou em julho de 2023 o diplomata João Batista Magalhães, da embaixada brasileira em Pequim.

Quais as regulações de IA vigentes na China?

Os telegramas listam as últimas regulações de inteligência artificial do país. São elas:

Além disso, o governo chinês debate uma nova regulação para IA que deve ser lançada neste ano. Um rascunho lançado em março privilegia o desenvolvimento econômico do setor a proteção dos usuários, segundo analistas norte-americanos.

AVANÇO DE REGULAÇÃO DE IA. Os telegramas destacam que regras para IA são discutidas na China desde 2017, quando o país lançou seu "Plano para Desenvolvimento de IA da Nova Geração".

IMPACTO DO CHATGPT. Em mar.2023, os telegramas relataram os impactos do lançamento do ChatGPT no país. Na avaliação da diplomacia brasileira, a novidade contrariou analistas chineses que viam a disponibilidade e aplicação de grandes massas de dados como mais relevantes à corrida pela IA do que inovações como a IA generativa.

DISPUTA COM OS EUA. O avanço do chatbot da OpenAI logo forçou gigantes chinesas como Baidu, Alibaba e Tencent a apressarem o desenvolvimento e lançamento de seus próprios chatbots, que ainda não estão tão avançados quanto produtos norte-americanos, segundo os telegramas.

Os documentos também ressaltam que, apesar do revés no desenvolvimento de softwares, no hardware a China superou sanções norte-americanas e fabricou provavelmente o chip de memória mais avançado do mundo, o 3D NAND, da YMTC.

Texto Pedro Nakamura
Edição Alexandre Orrico
Pedro Nakamura

Pedro Nakamura

Repórter do Núcleo. Já escreveu para Estadão, Intercept Brasil, Matinal, Veja Saúde e Zero Hora. Interessado em jornalismo investigativo com foco em ciência, saúde, meio ambiente e tecnologia.

Todos os artigos

Mais em Jogo Rápido

Ver tudo

Mais de Pedro Nakamura

Ver tudo