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Google demite mais 20 pessoas por protestarem contra contrato com Israel

No total, 48 pessoas foram mandadas embora. Os protestos estão relacionados ao projeto Nimbus, pelo qual Google presta serviços às Forças de Defesa de Israel.

Google demite mais 20 pessoas por protestarem contra contrato com Israel

O Google demitiu mais 20 funcionários que protestaram contra o contrato de U$1,2 bilhão, que envolve o fornecimento de serviços de nuvem ao Ministério da Defesa de Israel e às Forças de Defesa de Israel.

No total, 48 pessoas foram demitidas por protestar contra o acordo. Semana passada, a big tech demitiu 28 pessoas vinculadas ao protesto, incluindo nove que foram presas por ocuparem o escritório do CEO do Google Cloud, Thomas Kurian.

Google demite funcionários que protestaram contra contrato com governo de Israel
Na terça-feira, nove funcionários do Google foram detidos por ocuparem os escritórios da empresa. Ao todo, 28 pessoas foram demitidas

DISSIDÊNCIA. O No Tech For Apartheid, coletivo que representa funcionários do Google e da Amazon, declarou que as grandes empresas de tecnologia estão tentando “abafar a dissidência, silenciar seus empregados e reafirmar seu domínio sobre eles”.

Em nota, o grupo afirmou que os trabalhadores persistirão na organização até que o Google desista do Projeto Nimbus.

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Os protestos estão relacionados ao projeto Nimbus, anunciado em abril de 2021, pelo qual Google e Amazon prestam serviços de computação em nuvem ao Ministério da Defesa e às Forças de Defesa de Israel.

Os termos do contrato de US$ 1,2 bilhão estipulam que nem o Google, nem a Amazon, podem suspender os serviços sob pressão de boicotes. As empresas também estão proibidas de negar serviço a qualquer entidade governamental em particular.

Documentos revelados pelo Intercept em 2022 sugerem que o Google estaria disponibilizando ferramentas de inteligência artificial como tecnologias de reconhecimento facial e monitoramento.

CAMISA DA AMIZADE. Em 18.abr, no mesmo dia em que ocorreu a ocupação, o CEO do Google, Sundar Pichai, adicionou ao final de um comunicado sobre mudanças estruturais para melhorar os projetos da empresa no campo da inteligência artificial que os funcionários não deveriam “brigar por questões disruptivas” ou “debater política”.

“Em última análise, somos um local de trabalho e nossas políticas e expectativas são claras: este é um negócio, e não um lugar para agir de uma forma que perturbe os colegas de trabalho ou os faça se sentirem inseguros”, disse Pichai.

OUTRO LADO. Ao Axios, um porta-voz do Google afirmou que os funcionários foram demitidos após uma investigação interna revelar que eles estavam “diretamente envolvidos em atividades disruptivas” dentro dos prédios da empresa.

Sofia Schurig

Sofia Schurig

Repórter com experiência na cobertura de direitos humanos, segurança de menores e extremismo online. Estudante da UFBA, começou como estagiária no Núcleo, passando a ser repórter em 2024.

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