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Imagens geradas por IA sobre desastre no RS bombam no Facebook

A Meta não proíbe que usuários compartilhem imagens de IA, a menos que violem suas políticas de comunidade. Maioria dos posts encontrados são religiosos.

Imagens geradas por IA sobre desastre no RS bombam no Facebook
Arte por Heloisa Botelho

Imagens geradas por inteligência artificial sobre as enchentes no Rio Grande do Sul estão aparecendo com frequência no Facebook quando se pesquisa pelo nome do estado. Algumas delas têm milhares de curtidas e foram compartilhadas centenas de vezes.

Essas representações vistas pelo Núcleo mostram pessoas afetadas pelas enchentes, muitas vezes acompanhadas de símbolos religiosos ou nacionalistas, como a camiseta do Brasil ou a bandeira do RS.

Uma das publicações de IA encontradas pelo Núcleo.

Quase todas as publicações foram feitas no início de maio, quando as chuvas, que já estavam acontecendo há alguns dias, começaram a viralizar nas redes sociais.

O Núcleo contabilizou ao menos 21 publicações no Facebook com mais de oitenta curtidas sobre a tragédia do RS que usam imagens de IA.

Uma das publicações de IA encontradas pelo Núcleo.

Enquanto muitas das postagens possuem um engajamento relativamente baixo — como cem curtidas e dezenas de comentários — outras possuem milhares de reações e centenas de comentários, a maioria com pessoas escrevendo “Amém” ou “Deus ajude o RS.”

Uma das publicações de IA encontradas pelo Núcleo.

É importante destacar que a Meta, dona do Facebook, não proíbe em suas diretrizes de comunidade imagens de IA, a menos que violem as políticas de comunidade — como no caso de postagens retratando abuso sexual infantil, por exemplo.

E, ao contrário de outros conteúdos, como a imagem de IA que estaria viralizando em grupos do WhatsApp, retratando um helicóptero da Havan salvando pessoas nas enchentes com intenção política eleitoral, as imagens vistas pelo Núcleo no Facebook não possuem insinuações políticas e são, em sua maioria, de natureza religiosa.

Sofia Schurig

Sofia Schurig

Repórter com experiência na cobertura de direitos humanos, segurança de menores e extremismo online. Estudante da UFBA, começou como estagiária no Núcleo, passando a ser repórter em 2024.

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