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Imprensa na Venezuela usa IA pra evitar perseguição a jornalistas

O primeiro vídeo da iniciativa, que se chama #OperacionRetuit, diz que os jornalistas têm medo de serem ameaçados e perseguidos pelo governo.

Imprensa na Venezuela usa IA pra evitar perseguição a jornalistas

Para contornar a repressão e a censura governamental, veículos de comunicação venezuelanos começaram a usar avatares de inteligência artificial para transmitir informações sobre os resultados da última eleição presidencial na Venezuela.

Esses personagens criados por IA agora vão apresentar, em vídeos, informações apuradas e checadas por jornalistas locais.

PERSEGUIDOS. 11 veículos participam da iniciativa, chamada de Operación Retuit. No primeiro vídeo, os personagens de IA explicam que os jornalistas reais correriam risco se aparecessem no vídeo.

Operación Retuit foi inicialmente divulgada pela CONNECTAS, uma organização sem fins lucrativos que reúne mídias independentes da América Latina, na terça-feira (13.ago.2024).

Essa estratégia surge em resposta às frequentes derrubadas de redes sociais impostas pelo regime autoritário e à perseguição constante a jornalistas no país.

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Em 28.jul.24 Nicolás Maduro foi declarado presidente pelo Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, mas o resultado está sendo questionado pela oposição e pela comunidade internacional, que diz que concorrente de Maduro, Edmundo González, seria o verdadeiro vencedor das eleições com 67% dos votos.

O presidente Nicolás Maduro proibiu o uso do Signal, recomendou que os cidadãos jovens desinstalassem o WhatsApp, bloqueou o acesso ao X (antigo Twitter) até 18.ago.24 e agora ameaça bloquear também o TikTok e o Instagram na Venezuela.

REGULAÇÃO. O parlamento venezuelano vai promover uma consulta pública sobre um projeto de lei que busca regular as redes sociais e "punir o fascismo", como reportou O Globo.

A proposta prevê multas de até US$ 100 mil para empresas, organizações ou meios de comunicação que financiem, divulguem ou permitam conteúdos que "incitem o fascismo"—um conceito que, segundo as recentes declarações do presidente venezuelano e seus apoiadores, poderia ser aplicado a empresas de tecnologia.

Texto Sofia Schurig
Edição Alexandre Orrico
Sofia Schurig

Sofia Schurig

Repórter com experiência na cobertura de direitos humanos, segurança de menores e extremismo online. Estudante da UFBA, começou como estagiária no Núcleo, passando a ser repórter em 2024.

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