Projeto de lei propõe uso de IA para verificação de idade nas redes
Projeto de lei propõe alterar artigo do Marco Civil da Internet e indica que plataformas deveriam usar reconhecimento facial para verificar a idade de novos usuários.
Foi protocolado nesta quarta-feira (4.set.24) um projeto de lei que propõe uma alteração no Marco Civil da Internet (MCI), demandando que redes sociais e plataformas utilizem reconhecimento facial para verificar a idade de novos usuários cadastrados.
O PL 3.435/24, de autoria do deputado Ricardo Ayres (Republic/TO), tem como justificativa "prevenir atividades ilícitas e proteger a segurança dos cidadãos no ambiente digital".
Para o parlamentar, "a própria adoção desse tipo de tecnologia tende a dissuadir a consecução de condutas ilícitas, dado o maior risco envolvido no cometimento de crimes sob essa vigilância." O Núcleo não encontrou análises ou pesquisas que comprovem a afirmação de que o uso de reconhecimento facial reduz a incidência de crimes.
A proposição busca alterar justamente o artigo do MCI que exige que empresas mantenham registros de acesso por até 6 meses. No entanto, a maioria das empresas que produzem tecnologias de reconhecimento facial para verificação de idade, como a Yoti, usada pelo Instagram desde 2022, afirma em suas políticas que os dados dos usuários não são armazenados por questões de privacidade e segurança.
Repórter com experiência na cobertura de direitos humanos, segurança de menores e extremismo online. Estudante da UFBA, começou como estagiária no Núcleo, passando a ser repórter em 2024.
Sem registros oficiais, teor de conversas e eventuais negociações entre Amazon, Google, Kwai, Meta e TikTok e o governo federal ficam inacessíveis à sociedade
Disputas de São Paulo e Fortaleza lideraram despesas eleitorais para alavancar posts nas redes sociais, segundo o nosso Observatório de Impulsionamento Eleitoral
Projeto de lei que responsabiliza imprensa e Big Techs por veicular imagens de autores de ataques em escolas está parado no Senado há um ano; audiência pública, aprovada em mar.2023, ocorreu apenas após nova tragédia na Bahia.