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Para twitteiros, coletiva de Bolsonaro teve tom de derrota

Presidente disse que vai recorrer da decisão sobre inserções em rádios. Nas redes, notaram a mudança na narrativa bolsonarista

Para twitteiros, coletiva de Bolsonaro teve tom de derrota

Nesta quarta-feira (26.out), o Alexandre de Moraes, atual presidente do TSE, indeferiu a petição da campanha do Bolsonaro segundo a qual rádios do Nordeste estariam omitindo inserções do atual presidente.

Na decisão, o ministro cogitou um "possível cometimento de crime eleitoral com a finalidade de tumultuar o segundo turno".

E ainda encaminhou os documentos ao inquérito das fake news.

Antes da decisão, estudiosos, jornalistas e agências de checagem já vinham apontando inconsistências na auditoria contratada pelo PL.

O Bolsonaro convocou uma coletiva logo em seguida e anunciou que recorreria da decisão — citando sua surradíssima metáfora — "dentro das quatro linhas da Constituição".

O tom da fala foi ameno para os padrões do presidente, mas, segundo apurou a Globo News, ministros e aliados se negaram participar da coletiva e o demoveram de sua ideia inicial, que era "radicalizar" propondo o adiamento do segundo turno.

Para citar uma palavra cara aos bolsonaristas, a "narrativa" parece ter mudado bastante de 2018 para cá.

E, por falar em narrativa, a nova polêmica parece ter abafado mesmo o caso Roberto Jefferson, que não completou nem uma semana ainda.

Há quem tenha enxergado na coletiva uma espécie de discurso antecipado de derrota.

Mas o senador Flavio Bolsonaro (Republicanos-RJ) está prometendo que as empresas de auditoria soltarão nesta quinta-feira (27.out) notas "que vão chocar o Brasil".

E a deputada federal bolsonarista Bia Kicis (PL-DF) alardeou a "convocação" das Forças Armadas pelo presidente depois da decisão.

Adiamento do segundo turno, terceiro turno: lembrando que nada disso é normal.

Rafael Capanema

Rafael Capanema

Redator e jornalista. Foi repórter de tecnologia da Folha de S.Paulo, redator do BuzzFeed Brasil, blogueiro do UOL, colunista de humor da Folha e redator das redes sociais da Netflix Brasil.

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