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Esquentou de vez

O planeta (ou melhor seria dizer a humanidade?) está quebrando recordes consecutivos de temperatura. Especialistas alertam para o risco trazido por essa situação inédita.

Bom dia! Aqui é a Chloé Pinheiro. O planeta (ou melhor seria dizer a humanidade?) está quebrando recordes consecutivos de temperatura. Especialistas alertam para o risco trazido por essa situação inédita. Na nota do convidado, o nutricionista Thiago Barros fala da polêmica sobre o adoçante aspartame e o risco de câncer. Esse é o Polígono desta terça, 11/07/2023.


O aspartame 
A IARC (International Agency for Researcher on Cancer), que faz parte da OMS, anunciou que o aspartame, adoçante utilizado em refrigerantes do tipo zero, deve ser declarado como possivelmente cancerígeno pela OMS. Na nossa nota do convidado, o nutricionista Thiago Barros explica melhor isso. 

Esquentou de vez 
O planeta quebrou três recordes de temperatura em apenas uma semana. E não é só isso, tem outras marcas assustadoras, como os menores níveis de gelo e as maiores temperaturas do oceano. A diminuição das geleiras está provocando até a emissão de gás metano, o que pode intensificar o aquecimento global. 

Dia Nacional da Ciência 
No último dia 8, foi comemorado o Dia Nacional da Ciência. Os cientistas comemoraram bastante nas redes, mas também lembraram das dificuldades da vida do pesquisador brasileiro. E o Serrapilheira convidou um membro da categoria para explicar uma dúvida que ronda o Google. Afinal, cientistas são loucos

O murmúrio do universo 
Agora é oficial. Existe o murmúrio do universo, uma espécie de “barulho de fundo” que permeia o cosmos, emitido por ondas gravitacionais de buracos negros supermassivos, detectada por cientistas. O achado veio mais de um século depois que Einstein propôs essa hipótese. 

A evolução é imparável 
Não fez tanto barulho nas redes, mas queria destacar um estudo incrível publicado na Nature. Nele, cientistas analisaram a evolução de uma bactéria que teve seu genoma editado para conter “o mínimo possível” de informações, para tentar reduzir a probabilidade de mutações. Não adiantou nada. A conclusão: a evolução é imparável. (Fio em inglês)

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Você viu?
* Os corvos são capazes de entender probabilidade como os primatas.

* O Olá, Ciência! continua sua série de vídeos sobre soluções para o Brasil, que foi destaque no Polígono em maio. Tem dois novos, sobre insegurança alimentar e atraso no desenvolvimento tecnológico.

* O médico José Alencar fez um senhor fio sobre a importância de realizar estudos para definir melhores tratamentos. E explicou porque não dá para achar que um remédio funciona baseado na nossa própria percepção.

* Você ficou indignado com a tour do fóssil Ubirajara? Pois saiba que tem uma proposta rolando para que o governo crie medidas de proteção ao patrimônio. Vota lá!

* O que aconteceria se parasse de chover na Amazônia? Uma reportagem responde (e a notícia não é boa).

Nota do convidado

Aspartame dá câncer? 

Por Thiago Barros, nutricionista, mestre em Ciências pelo Programa de Pós Graduação em Alimentos, Nutrição e Saúde da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)

Primeiro, é importante dizer que existem algumas categorias de evidência científicas em relação ao risco de algo causar câncer: 

1: Carcinógeno - existe evidência para dizer que pode causar câncer, como é o caso de cigarro e carne processada;

2a: Provável carcinógeno - as evidências sugerem que pode causar câncer, mas ainda são inconclusivas, como é o caso de trabalho em turno invertido e trabalho como cabeleireiro;

2b: Possível carcinógeno - existem alguns indícios de que pode causar câncer, mas longe de ser conclusiva, como é o caso de legumes em conserva, uso de Wi-Fi e aspartame. Sim, ele entraria aqui;

3: Sem evidência.

Recentemente, descobriu-se que o metanol formado no intestino quando o aspartame é decomposto é convertido em formaldeído pelo corpo humano, e este é conhecido como carcinógeno (grupo 1). Porém, a quantidade que pode se formar após o consumo de aspartame é muito menor do que a que o corpo já produz, naturalmente. 

Além disso, diversos dos estudos que apontam risco são epidemiológicos, e de caráter associativo e não de causalidade. Ou seja, verificam a frequência com que dois eventos ocorrem, e não a relação físico-química entre eles. 

Por fim, vale ponderar que a IARC não considera contexto, tempo de exposição, dose e risco. 

Quer um exemplo? Embora estejam no mesmo grupo, consumir eventualmente salame ou salsicha incorre num risco extremamente menor do que fumar cigarro. Ou seja, mesmo que fosse no grupo 1 não quer dizer que você deva evitar a qualquer custo!

Agora eu te pergunto: você toma 30 latinhas de refri zero por dia? Pois saiba que, mesmo que tomasse, pensando puramente no aspartame, não teria problema…

Chloé Pinheiro

Chloé Pinheiro

Editora da Veja Saúde, produtora do podcast Ciência Suja e escritora. Autora de "Cloroquination: Como o Brasil se tornou o país das falsas curas contra a Covid?" Ex-bolsista do Pulitzer Center (2023).

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